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Terapia com Rádio-223: uma nova alternativa para tratamento do câncer de próstata

Data Publicação: 2019-01-30 18:38:00

O câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, apenas atrás do câncer de pele não-melanoma. Uma das maiores causas de morte do sexo masculino, é considerado um câncer de terceira idade: 75% dos casos ocorrem após os 65 anos. Esses tumores podem crescer tanto de forma lenta, não apresentando sintomas durante a vida, quanto de forma rápida, se espalhando para outros órgãos, como os ossos, podendo também levar a morte.
    Uma das formas que essa doença se apresenta é como Câncer de Próstata Resistente à Castração com metástase (CPRCm). Algumas das primeiras terapias aprovadas para essa patologia incluíam Samário-153 e Estrôncio-89, radioisótopos emissores de partículas beta, além de quimioterapia. Elas auxiliaram na paliação das dores ósseas, mas o aumento na sobrevida global não ficou evidente. Assim, o Cloreto de Rádio-223, um novo composto radioterápico, começou a ser utilizado para tratamento de pacientes portadores de CPRC com metástases ósseas sintomáticas e sem metástases viscerais. Com isso, aumentou-se a sobrevida global, se comparado aos outros métodos, e elevou-se a qualidade de vida significativamente para os pacientes.
    O Rádio-223 é um radioisótopo emissor de partículas alfa com meia-vida de 11,4 dias. Por ter uma afinidade muito grande com células ósseas, o composto mimetiza o cálcio, se direcionando aos ossos, mais especificamente nas áreas de metástase. Devido às partículas alfa, o nuclídeo tem uma alta energia linear transferida, causando uma alta frequência de quebra na dupla fita de DNA das células tumorais adjacentes. Portanto, seu uso tem um excelente efeito citotóxico. Outro ponto positivo é o menor alcance das partículas alfa do Rádio-223, minimizando o dano em tecidos saudáveis.
    O medicamento deve ser recebido, manipulado e administrado por pessoas autorizadas, e seu manuseio deve satisfazer aos padrões de proteção radiológica. Um dos efeitos possíveis é a redução do número de plaquetas e células sanguíneas. Portanto, para ter esse controle, o paciente deve fazer um hemograma, levando consigo no hospital ou centro de tratamento onde ocorre sua terapia antes de começar o tratamento, e antes de cada dose subsequente. Vale lembrar que esse tipo de terapia é ambulatorial, não necessitando de internação. O tratamento é feito a cada quatro semanas, no total de seis doses administradas via intravenosa. Em caso de maiores dúvidas, contate um dos nossos especialistas.