MINUTO DO ESPECIALISTA
Por que hospitais precisam de Levantamento Radiométrico?
Data Publicação: 2019-08-20 15:25:00Clínicas e hospitais veem pela frente uma série de exigências sobre proteção radiológica feitas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa. Um desses requisitos para o fornecimento (ou a renovação) do Alvará de Funcionamento é o Relatório de Levantamento Radiométrico e Radiação de Fuga. A elaboração só deve ser realizada e assinada por um físico especialista em Física do Radiodiagnóstico, conforme a Portaria nº 453/98. Outra exigência é que os instrumentos utilizados para realizar as medidas dosimétricas sejam calibrados a cada dois anos por um laboratório credenciado em rede nacional ou internacional de metrologia das radiações ionizantes.
O relatório, após concluído e assinado, passa a ser um documento técnico oficial de segurança radiológica do Serviço de Radiodiagnóstico. Portanto, deve estar disponível no local de trabalho para ser apresentado em auditorias rotineiras da Vigilância Sanitária e Ministério do Trabalho. Este mesmo documento é utilizado também em demandas judiciais trabalhistas.
O que são os testes de Levantamento Radiométrico e Fuga de Cabeçote?
O Levantamento Radiométrico é uma avaliação dos níveis de radiação nas áreas próximas à sala de procedimentos radiográficos, em que está instalado o equipamento emissor de radiação X. Isso inclui sala de comando, visor, biombos e portas de acesso.
Para medir os pontos de interesse de todas as barreiras ao redor da sala, é utilizado um aparelho monitor de radiação, anexado à uma Câmara de Ionização. O feixe primário de raios X é direcionado com o campo de radiação completamente aberto para um fantoma (objeto que simula a densidade e o espalhamento de radiação de um paciente), e são realizadas as exposições, uma para cada ponto de interesse de medida.
Os valores obtidos devem ser menores que os valores de Equivalente de Dose Ambiente de referência, contidos na Portaria nº 453/98. Caso esses valores estejam acima do permitido, é necessário refazer o estudo de cálculo de blindagem na(s) barreira(s) em que foram identificadas inconformidades.
Já o teste de Radiação de Fuga, ou Fuga de Cabeçote, garante a integridade da cúpula do tubo de raios X, que deve vir blindada de fábrica. Logo, não pode haver escape de radiação maior que o valor estipulado na legislação em nenhum ponto além da janela de saída do tubo. Para avaliar essa integridade, são realizadas exposições, que são medidas, por meio de uma câmara de ionização, ao redor da cúpula do tubo gerador de radiação, na distância de 1 metro. Antes da realização da medida é inserida uma placa de chumbo com espessura equivalente a 10 camadas semi-redutoras na saída do tubo de raios X, evitando que a radiação do feixe primário influencie os resultados obtidos, tendo assim um valor mais real desse possível escape.
O que está incluso no Relatório de Levantamento Radiométrico e Radiação de Fuga?
Além das medidas de Levantamento Radiométrico e Radiação de Fuga, o Relatório que a PhyMED entrega para clínicas e hospitais também inclui:
- Identificação do equipamento de Raios X (fabricante, modelo e número de série);
- Descrição e atestados de calibração do monitor de radiação e câmaras de ionização utilizadas nas medições;
- Descrição das salas adjacentes, assim como seus respectivos fatores de uso, fatores de ocupação e classificação das áreas;
- Carga máxima de trabalho estimada;
- Identificação do Responsável Técnico do serviço com seu respectivo CRM;
- Parâmetros utilizados para as medidas (tensão, carga máxima transportada, tempo de duração, tamanho de campo);
- Representações gráficas aproximadas da sala de exames, com localização do equipamento de raios X, bucky mural, visores, biombos e mesa de comando, além das distâncias entre o tubo de raios X e os pontos de interesse;
- Conclusões de conformidade ou inconformidade das barreiras;
- Identificação e titulação do profissional responsável pela realização das medidas e pelo relatório;
- Cópia do Certificado de Calibração dos equipamentos de medida.
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Esses testes, no entanto, não são exigidos apenas ao abrir o serviço de radiologia, pois a renovação é necessária a cada quatro anos no Brasil. A exceção é o estado de Santa Catarina, onde o vencimento é após cinco anos - ou quando há modificações no equipamento, como manutenções corretivas (troca de tubo de Raios X); aumento de carga de trabalho; reforma no ambiente com violação da blindagem; mudanças na ocupação dos ambientes adjacentes e/ou no layout da sala de exame.
A emissão deste relatório certifica que os indivíduos que circulam pelas áreas próximas às salas de exames, como profissionais, acompanhantes e pacientes, estão seguros.
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